quinta-feira, 12 de julho de 2012

BREVE BIOGRAFIA DE IRÃ CANDIDO


Irã Candido nasceu em Maceió, sendo o mais velho dos quatro filhos da família Cândido Teles, passou por vários problemas de saúde na infância, tanto que o tornava inapto para a prática de esportes e segundo diagnósticos jamais seguiria uma modalidade esportiva.

Contrariando as expectativas, aos nove anos iniciou sua carreira no Judô, no Colégio Hélio Lemos com o saudoso professor Pedro Vieira Sobrinho – o Pedrão, com quem adquiriu vários ensinamentos. No mesmo ano foi campeão alagoano estudantil e em 1988 tornou-se o primeiro alagoano a conquistar uma medalha em campeonatos brasileiros na cidade de Santos/SP. Depois disso muitos títulos vieram. São ao todo 316 conquistas divididas em campeonatos estudantis, municipais estaduais, nacionais e internacionais. Muito jovem começou a ensinar, trazendo para sua bagagem bastante experiência. Em 1998 representou o Brasil na Copa internacional da Amazônia, onde conquistou o primeiro ouro internacional. No ano seguinte ficou com o bronze no Torneio internacional da cidade de Valdivia no Chile, mas se recuperou em seguida. Sendo campeão sul-americano individual e por equipes na cidade de Santiago – CHI. Depois disso venceu mais alguns torneios internacionais, com destaque para os realizados na cidade de Berazategui – ARG. Qualificou-se técnico de equipes e conseguiu êxito em todas as categorias, com atletas se destacando nacional e internacionalmente. Vale ressaltar que Irã Candido foi um daqueles atletas vítimas da falta de patrocínio e de políticas públicas.

Realizou uma de suas maiores conquistas quando conseguiu montar uma turma de judô para pessoas com deficiência visual com 28 alunos iniciantes. Algo jamais tentado.
Hoje, aos 39 anos, Irã Candido é casado e pai de três filhos judokas. É presidente do Instituto Cândido Teles;  5° grau de JUDÔ, técnico das seleções alagoanas e da seleção brasileira no Torneio Internacional Rio de La Plata – ARG; Professor; Coordena eventos na Federação de Esportes Colegiais, na Federação Universitária, na Federação e Liga confederada de Judô; Realiza palestras e vivências sobre inclusão social; Aplica cursos de Imobilizações policiais; É  emBacharel Direito pela Universidade  Tiradentes, e estará sempre lutando pela bandeira do esporte que continua sem políticas públicas e pela inclusão da pessoa com deficiência, já que a cidade de Maceió não possui nenhuma Lei para mudar o quadro atual.

Esse é Irã Candido, um nome de luta;




Alguns cursos E EXPERIÊNCIAS

Didática do Judô

Judô para Deficientes Visuais

Atividades adaptadas

Hidrocinesioterapia

Seminários de arbitragem

Nutrição desportiva

Traumatologia desportiva

Recreação

Brinquedos cantados

Resgate em altura

Técnico da Seleção Brasileira Universitária  em Berazategui – ARG

Técnico da Seleção Brasileira Estudantil em Buenos Aires - ARG

Preparador Físico do CRB (futebol)

Preparador de goleiros de FUTSAL

Palestrante sobre Preparação Física e Defesa Pessoal

Facilitador na preparação de alunos para a faixa preta

Socorros urgentes

Estágio de Técnicas não Letais

Imobilizações policiais



Alguns títulos como atleta de Judô

16 vezes campeão alagoano

3 vezes Campeão norte-nordeste – Fortaleza-CE / Natal-RN / João Pessoa-PB

Vice-campeão brasileiro – Santos-SP

Campeão da Copa Internacional Universitária – Buenos Aires - ARG

3 vezes Campeão brasileiro universitário

Campeão do Campamento Internacional del Judô – Santiago-CHI

Campeão do Sul-americando de Santiago-CHI individual e equipes





Alguns títulos como EDUCADOR de Judô

31 vezes Campeão alagoano

3 vezes Campeão Norte/Nordeste

Campeão Alagoano Universitário

3 vezes campeão brasileiro zonal estudantil

3º lugar na Copa Nacional em Salvador- BA (dezembro 2005)

4º lugar na Copa João Pessoa-PB (novembro 2005)

Eleito pela Federação de Judô do Estado de Alagoas  o técnico do ano em 2005.

Eleito pela Secretaria Estadual de Esportes  o Técnico do ano em 2009

Melhor equipe no Torneio Rio de La Plata – ARG  em 2010.

Campeão por equipes 2011

Campeão da Copa da Amizade 2012






GAZETA DE ALAGOAS  (2005)

Esportes


12/06/2005
Projeto de judô é exemplo de superação
PARCERIA ENTRE FEDERAÇÃO E SEEL RESGATA A AUTO-ESTIMA DE DEFICIENTES VISUAIS CARENTES QUE SOFRERAM EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS
WELLINGTON SANTOS
Repórter
Maurílio Antônio de Oliveira, 33, e Thiago de Melo Gomes, 16, dois jovens alagoanos esportistas que têm em comum exemplos de traumas e superação. Traumas, porque os dois passaram pelo crivo de experiências que modificaram o ritmo de suas vidas para sempre: eles não enxergam. Superação, porque o esporte é, atualmente, o abrigo que os dois descobriram para ampliar as oportunidades, “e não de piedade, como ainda apregoam alguns”, filosofa Maurílio.
Ele e Tiago participam há pouco mais de um mês do Projeto “O Esporte Superando Limites - Judô para Portadores de Necessidades Especiais”, primeiro módulo de uma parceria entre a Secretaria Executiva de Esportes do Estado (Seel) e da Federação Alagoana de Judô.
Maurílio começou a perder a visão em 1998, quando teve que se submeter a uma cirurgia de transplante de córnea, ocasionada por problemas de diabetes.
Erro
“Me submeti ao transplante, e o profissional responsável pelo líquido da córnea cometeu um erro que custou o meu olho direito. A pressão foi enorme na minha vista que, em três horas, eu já havia perdido a visão”, relata Maurílio. “Daí o processo foi acelerado e até mesmo o transplante do olho esquerdo que eu já havia feito, em função desse problema, também ficou comprometido e, por isso, perdi totalmente a visão”, completa o atleta.
Já Tiago foi vítima de um acidente de carro, com o pai, em 2000 que lhe custou as duas vistas, isso o fez passar seis meses de fisioterapia e duas cirurgias de córneas, mas ainda sem sucesso para voltar a enxergar. “Às vezes, fico em depressão, mas quando lembro-me dos companheiros e do incentivo e dedicação do nosso professor, tudo muda”, ressalta Tiago.
O exemplo
“Essas pessoas nos ensinam a cada dia que, muito mais do que as limitações, é possível ter uma vida normal, repleta de emoções e o desejo sublime de vencer os obstáculos”, orgulha-se o judoca Irâ Cândido, instrutor voluntário dos 26 alunos deficientes visuais do projeto, que engloba de crianças a partir de 6 anos aos jovens de 36, todos provenientes de bairros carentes de Maceió e que estudam na Escola de Cegos Ciro Acioly.
Irã foi o único remanescente de uma turma de 50 instrutores que fizeram o curso para judô a deficientes. “Em função dessa força de vontade deles, a Federação e a Seel já pensam em ampliar o projeto e estou muito satisfeito”, diz Irã.            |WS