Irã Candido nasceu em Maceió, sendo o
mais velho dos quatro filhos da família Cândido Teles, passou por vários
problemas de saúde na infância, tanto que o tornava inapto para a prática de
esportes e segundo diagnósticos jamais seguiria uma modalidade esportiva.
Contrariando as expectativas, aos
nove anos iniciou sua carreira no Judô, no Colégio Hélio Lemos com o saudoso
professor Pedro Vieira Sobrinho – o Pedrão, com quem adquiriu vários
ensinamentos. No mesmo ano foi campeão alagoano estudantil e em 1988 tornou-se
o primeiro alagoano a conquistar uma medalha em campeonatos brasileiros na cidade
de Santos/SP. Depois disso muitos títulos vieram. São ao todo 316 conquistas
divididas em campeonatos estudantis, municipais estaduais, nacionais e internacionais.
Muito jovem começou a ensinar, trazendo para sua bagagem bastante experiência.
Em 1998 representou o Brasil na Copa internacional da Amazônia, onde conquistou
o primeiro ouro internacional. No ano seguinte ficou com o bronze no Torneio
internacional da cidade de Valdivia no Chile, mas se recuperou em seguida.
Sendo campeão sul-americano individual e por equipes na cidade de Santiago –
CHI. Depois disso venceu mais alguns torneios internacionais, com destaque para
os realizados na cidade de Berazategui – ARG. Qualificou-se técnico de equipes
e conseguiu êxito em todas as categorias, com atletas se destacando nacional e
internacionalmente. Vale ressaltar que Irã Candido foi um daqueles atletas
vítimas da falta de patrocínio e de políticas públicas.
Realizou uma de suas maiores
conquistas quando conseguiu montar uma turma de judô para pessoas com
deficiência visual com 28 alunos iniciantes. Algo jamais tentado.
Hoje, aos 39 anos, Irã Candido é
casado e pai de três filhos judokas. É presidente do Instituto Cândido Teles; 5° grau de
JUDÔ, técnico das seleções alagoanas e da seleção brasileira no Torneio
Internacional Rio de La Plata – ARG; Professor; Coordena eventos na Federação
de Esportes Colegiais, na Federação Universitária, na Federação e Liga confederada de Judô;
Realiza palestras e vivências sobre inclusão social; Aplica cursos de
Imobilizações policiais; É emBacharel Direito pela Universidade Tiradentes, e estará sempre lutando pela bandeira do esporte que continua sem políticas
públicas e pela inclusão da pessoa com
deficiência, já que a cidade de Maceió não possui nenhuma Lei para mudar o
quadro atual.
Esse é Irã Candido, um nome de luta;
Alguns cursos E
EXPERIÊNCIAS
Didática do
Judô
Judô para
Deficientes Visuais
Atividades
adaptadas
Hidrocinesioterapia
Seminários
de arbitragem
Nutrição
desportiva
Traumatologia
desportiva
Recreação
Brinquedos
cantados
Resgate em
altura
Técnico da
Seleção Brasileira Universitária em
Berazategui – ARG
Técnico da
Seleção Brasileira Estudantil em Buenos Aires - ARG
Preparador
Físico do CRB (futebol)
Preparador
de goleiros de FUTSAL
Palestrante
sobre Preparação Física e Defesa Pessoal
Facilitador
na preparação de alunos para a faixa preta
Socorros
urgentes
Estágio de
Técnicas não Letais
Imobilizações
policiais
Alguns títulos como
atleta de Judô
16 vezes
campeão alagoano
3 vezes
Campeão norte-nordeste – Fortaleza-CE / Natal-RN / João Pessoa-PB
Vice-campeão
brasileiro – Santos-SP
Campeão da
Copa Internacional Universitária – Buenos Aires - ARG
3 vezes
Campeão brasileiro universitário
Campeão do
Campamento Internacional del Judô – Santiago-CHI
Campeão do
Sul-americando de Santiago-CHI individual e equipes
Alguns títulos como
EDUCADOR de Judô
31 vezes
Campeão alagoano
3 vezes
Campeão Norte/Nordeste
Campeão
Alagoano Universitário
3 vezes
campeão brasileiro zonal estudantil
3º lugar na
Copa Nacional em
Salvador- BA (dezembro 2005)
4º lugar na
Copa João Pessoa-PB (novembro 2005)
Eleito pela
Federação de Judô do Estado de Alagoas o
técnico do ano em 2005.
Eleito pela
Secretaria Estadual de Esportes o
Técnico do ano em 2009
Melhor
equipe no Torneio Rio de La Plata – ARG
em 2010.
Campeão por
equipes 2011
Campeão da
Copa da Amizade 2012
GAZETA DE
ALAGOAS (2005)
12/06/2005 |
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Projeto de judô é exemplo de superação |
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PARCERIA ENTRE
FEDERAÇÃO E SEEL RESGATA A AUTO-ESTIMA DE DEFICIENTES VISUAIS CARENTES QUE
SOFRERAM EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS
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Repórter Maurílio Antônio de Oliveira, 33, e Thiago de Melo Gomes, 16, dois jovens alagoanos esportistas que têm em comum exemplos de traumas e superação. Traumas, porque os dois passaram pelo crivo de experiências que modificaram o ritmo de suas vidas para sempre: eles não enxergam. Superação, porque o esporte é, atualmente, o abrigo que os dois descobriram para ampliar as oportunidades, “e não de piedade, como ainda apregoam alguns”, filosofa Maurílio. Ele e Tiago participam há pouco mais de um mês do Projeto “O Esporte Superando Limites - Judô para Portadores de Necessidades Especiais”, primeiro módulo de uma parceria entre a Secretaria Executiva de Esportes do Estado (Seel) e da Federação Alagoana de Judô. Maurílio começou a perder a visão em 1998, quando teve que se submeter a uma cirurgia de transplante de córnea, ocasionada por problemas de diabetes. Erro “Me submeti ao transplante, e o profissional responsável pelo líquido da córnea cometeu um erro que custou o meu olho direito. A pressão foi enorme na minha vista que, em três horas, eu já havia perdido a visão”, relata Maurílio. “Daí o processo foi acelerado e até mesmo o transplante do olho esquerdo que eu já havia feito, em função desse problema, também ficou comprometido e, por isso, perdi totalmente a visão”, completa o atleta. Já Tiago foi vítima de um acidente de carro, com o pai, em 2000 que lhe custou as duas vistas, isso o fez passar seis meses de fisioterapia e duas cirurgias de córneas, mas ainda sem sucesso para voltar a enxergar. “Às vezes, fico em depressão, mas quando lembro-me dos companheiros e do incentivo e dedicação do nosso professor, tudo muda”, ressalta Tiago. O exemplo “Essas pessoas nos ensinam a cada dia que, muito mais do que as limitações, é possível ter uma vida normal, repleta de emoções e o desejo sublime de vencer os obstáculos”, orgulha-se o judoca Irâ Cândido, instrutor voluntário dos 26 alunos deficientes visuais do projeto, que engloba de crianças a partir de 6 anos aos jovens de 36, todos provenientes de bairros carentes de Maceió e que estudam na Escola de Cegos Ciro Acioly. Irã foi o único remanescente de uma turma de 50 instrutores que fizeram o curso para judô a deficientes. “Em função dessa força de vontade deles, a Federação e a Seel já pensam em ampliar o projeto e estou muito satisfeito”, diz Irã. |WS |